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Mostrando postagens de dezembro, 2014

Amanda

Fostes ao encontro de minha paz Onde uma voz que nunca canta Que nunca olha para trás E de importância deveras tanta Prendi-me ao feroz e frio medo E neste tão sorrateiro Ouvia-se vozes contadas à dedo Diante do meu desespero Pareces tão divergente Ao visto com muito orgulho Mas talvez sob este embrulho És algo mais consciente Te via nas noites mais sombrias Como uma definitiva saída Ainda tão escondida Sob memórias tão frias Te perdi num instante Após o sol se pôr sobre varanda Num arrependimento constante Por nunca ouvir tua voz, Amanda

Um lugar para minha cabeça

Mas se um dia seguir meu caminho, não entristeçam, não sigam-me, não segurem-me. Pois lá esquecerei tudo, tudo que me destrói e que aos poucos me vai me matando. E não garanto ser feliz, mas estarei melhor que aqui. O que me segura é esse amor, é essa mania de deixá-la responsável pela minha felicidade, que já não era muita e que nunca renascerá mais.

Infinita progressão

E entre sons e silêncios, mais uma vez, estou aqui. Eu sei, vou me arrepender, certo? Mas por muito tempo estive preso ao arrependimento e a tristeza não desiste de mim. De cada passo arriscado, implorarei para voltar atrás, para me afastar do que me puxa à você. Eu sei, se tiver que acontecer, acontecerá. Mas não acredito na hipocrisia do destino, vai muito além de um pseudo-padrão imposto, é estritamente subjetivo. Ultrapassa os limites proposto por um conceito de razão. Amor é sempre, progressivamente, crescente.

Você está completamente sozinho

Paredes manchadas, marcadas por ódio, me prendem ao vício insaciável de errar. Fazendo alusões, em ilusões só são marcas do destino que me pôs à fugir. E nessa fuga, fui parado pela escuridão, que expôs os meus rastros que me levaram a falhar. E naquele julgamento, em meio à milhões de versos, incertos, incompletos, indiretos, que estavam à me culpar. Quis apontar o dedo para alguém, lavar toda a minha culpa para fora de mim, mas ninguém era responsável pelo desprezo, exceto eu mesmo. Foi quando caí, não consegui resistir em pé, olhava para eles jogando em minha cara todos os erros que compuseram aquele amor. De repente me vi preso a tal erro, sabia que se acontecesse outra vez, iria errar do mesmo jeito, pelo mesmo caminho. Foi quando mais precisei, quando mais sufoquei, quando me desesperei à frente dos meus medos, só restou me abandonar. Para que cada falha que compôs es...

Chegando ao limite

Era previsível, era só mais um daqueles dias que só servem para acabar com ele. Ele procura, como um estúpido, pedindo para que estrague seu dia, como se quisesse piorar tudo, como se o abismo no qual ele vive afundando cada vez mais não fosse o suficiente para ele esquecer tudo isso. E foi assim que quando ele passou e seus ombros se encostaram, e quando nem sua voz deu para escutar, que ele enxergou sua estupidez, que novamente, o condenou a sofrer mais. Quase ninguém viu, mas ele acabara de ser baleado bem ali, quase ninguém percebeu que estavam pisando nos sonhos dele ali espalhados pelo chão. E por mais que essa não tenha sido a primeira vez, por mais que ele já tenha se sentido assim, ele não consegue esconder. Há sempre nos seus olhos a marca do sangue escorrido, da dor suportada. Porque por mais que isso seja frequente, ninguém se acostuma a viver morrendo.

Relevo

Ah, que bom seria Se as ondas do teu cabelo Me escondessem por inteiro E anulassem meu desespero Por não poder te tocar

Se não fossem os ais

E buscando um novo caminho, seguido pelo medo e o desespero de sofrer ainda mais. Talvez esse caminho de espinhos e ruínas poderiam, no final, me libertar. Ou, quem sabe, tudo isso seja uma perca de tempo, talvez o final seja o mesmo, o fracasso e os destroços que me restam a sonhar. Mas o medo está me prendendo, me impedindo que possa dar um passo à frente, ao receio de que pise nesse vazio que me construiu.

De cada fim

Foi tudo de repente Que aquilo em minha mente Que quase nunca sente Veio a desaparecer E naquele sorriso Que quase não dava para enxergar Quem diria ele mudar Aquilo que parecia morrer Dizem-me para esquecer Para não confiar Que esse amor de um olhar Logo vai se perder Mas parece surreal Sei que é difícil de acreditar Foi de paralisar E de nunca se entender Sabe a felicidade? Quando foge da realidade Que distorce a verdade Mas lhe faz querer viver Meu amigo, eu não sei Ainda não experimentei No medo me aprisionei Vivi refém do meu sofrer Eles insistem em teus defeitos Ainda falo que são perfeitos Mas parece que não tem jeito Não consigo viver sem você

Em pé no meio da devastação

Ando confuso, olhando onde piso, medindo a altura dos meus sonhos, e limitando-os ao máximo. Fui criado de pessimismo, resultado do fracasso onde comecei a cair. Pareço paranóico, sempre perdido no furacão que se esvai no vazio dentro de mim. E sem querer escolher um destino, só caminho, vejo minhas dores se misturarem com vento. Vejo as minhas lágrimas supersaturadas de sonhos desabarem numa memória, que se perde, incessantemente, no vácuo.

Tempo

Eu não consigo seguir te olhando e amargurando em meu peito o resto do amor que nunca morrerá. Eu não consigo guardar em segredo o que provoca a tua presença e a de descrença que um dia vai mudar. Eu não consigo fingir que o tempo levou todo o amor e toda a angústia que me canso de guardar.

Lembranças cansam

Talvez eu ande chorando por nada ou apenas não consigo aceitar que você ainda é o motivo.

Marcas

Eu seguirei com essas marcas, feridas que o tempo não cicratizou e que parecem doer mais. Desculpem se não consigo fingir, mas, infelizmente, dentro de mim, não há nada além de dor.

Incandescente

Eu estava lá em pé no meio dos destroços. Quando o desespero que escondia descontrolou. E entre as vozes que ainda me lembrava, só era o medo que me privava dos sonhos que me restavam a frustrar. Mas quando ali só se via devastação, eu temia a chance de me salvar. Preferia não acreditar, não almejar, apenas me lembrar do quanto me sufocou.

Repetidamente clara

Eu evitei me encantar com teu sorriso. Eu tive medo do ciclo se repetir. Eu me deparei com a memória dos meus erros. Eu tropecei e, nas minhas lágrimas, eu caí. Eu receava envolver-me em tuas palavras. Eu só parei e, sem tentar, eu desisti.

Pontos de frustração

Por onde passei, morreram sonhos. No meu caminho, só há ilusões.