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Mostrando postagens de junho, 2018

Os devidos créditos à gradualidade

Eu não morro de amor por você. Porque atribuir fatalidade a alguém que estimula minha vitalidade parece um tanto quanto paradoxal. Pois, esperança não se nasce sob a terra que é jogada nos nossos corpos quando padecemos, tampouco na frieza que a nossa pele emana. Entretanto, a vitalidade talvez tenha posse de maior parcela das gratificações que chegam a você em meu nome. E não porque a angústia acompanhava-me todas as noites junto a uma taça de vinho levemente quebrada em parte da base, mas simplesmente pelo modo que o mundo se apresentava a mim nos dias de crise e entregar-me era tão costumeiro quanto oportuno. Porque, talvez, a composição da minha deprimência esporádica não se preservara a minha ânsia contínua e crescente, e sim, ao meu particular modo de enxergá-la. E vitalidade é constância. É aprendizado e inspiração. Por isso tanta gratidão, pela aprendizagem. É o modo como se enxerga o mundo que descreve o prazer seu íntimo pela vida, porque a perspectiva sobressai-se às desven...

A Lei de Coulomb

Certamente, quando estudava a interação entre cargas elétricas, Charles Coulomb, no fim do século XVIII, não imaginava que, por ventura, um dia sua tese teria um apelo poético para descrever forças de atração tão disjuntas do campo da física. Nem mesmo eu, no auge da minha adolescência, enquanto cursava a última série do ensino médio, imaginaria dissertar de maneira tão tênue sobre algo que preenchia as minhas madrugadas pré-vestibular.  Mas fato é que Coulomb elucida bem o funcionamento das cargas elétricas dizendo que a intensidade da força elétrica é proporcional ao produto do módulo dessas cargas e inversamente proporcional à distância que as separa, sendo que cargas com sinais opostos se atraem, e, caso contrário, se repelem. Ou seja, quanto mais perto duas cargas estiverem e quanto mais opostas forem, mais se atraem. Se fôssemos cargas elétricas, conseguiríamos deduzir cientificamente a força que nos puxou um para perto do outro, e talvez, de fato, perdêssemos esse mistério...