Os devidos créditos à gradualidade
Eu não morro de amor por você. Porque atribuir fatalidade a alguém que estimula minha vitalidade parece um tanto quanto paradoxal. Pois, esperança não se nasce sob a terra que é jogada nos nossos corpos quando padecemos, tampouco na frieza que a nossa pele emana. Entretanto, a vitalidade talvez tenha posse de maior parcela das gratificações que chegam a você em meu nome. E não porque a angústia acompanhava-me todas as noites junto a uma taça de vinho levemente quebrada em parte da base, mas simplesmente pelo modo que o mundo se apresentava a mim nos dias de crise e entregar-me era tão costumeiro quanto oportuno. Porque, talvez, a composição da minha deprimência esporádica não se preservara a minha ânsia contínua e crescente, e sim, ao meu particular modo de enxergá-la. E vitalidade é constância. É aprendizado e inspiração. Por isso tanta gratidão, pela aprendizagem. É o modo como se enxerga o mundo que descreve o prazer seu íntimo pela vida, porque a perspectiva sobressai-se às desven...