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Mostrando postagens de março, 2018

O tempo para

Eu não acredito que qualquer físico teórico ou poeta simbolista possa explicar com exatidão como o tempo para diante dos seus olhos escuros. Eu já não tento mais entender, mas nunca deixou de ser curioso. Há um mundo de desolação lá fora; os motoristas presos em seus carros buzinam em vão para o engarrafamento enquanto os ônibus ao redor espremem pessoas com seus próprios mundos de problemas pessoais e estresse. E não se engane, nós também cultivamos as nossas próprias desolações; porque é normal, infelizmente é comum colecionarmos preocupações como figuras adesivas ou selos. Mas tudo pára, o fogo cessa e por um momento, o mundo já não nos alcança mais. Assinamos um tratado de paz com as nossas almas e vivemos pelo prazer da nossa felicidade compartilhada. Estamos além, sempre fomos além, mas transcedemos. Fugimos da histeria maçante das n...

Oração a mim

Por favor, não olhe para nós Somos composições de fragmentos de astros Vagando por um universo escuro de rastros Criando deuses para não nos sentirmos sós Por favor, nos dê significado Pois nossa irrelevância estrepita na quietude Somos jovens desperdiçando a juventude Em futuros tão inalcançáveis quanto o passado Não sabemos não saber um porquê O mistério nos afoga em falácias rasas Deprime-nos a alma e nos dispõe a vender A liberdade de voar com as próprias asas Conspiramos contra o nosso próprio saber Condenados ao presídio das ideias pedantes Onde algemas e grades são crenças limitantes Porque não sabemos não saber um porquê