Pretérito imperfeito
Ó, lua, sinuosa lua, que traz-me os trastes pecados da alma, pesas-me nos ombros feridas de um trauma, lágrimas lavam marcas que a pele encrua. Já vi cachoeiras de lágrimas abundantes cortando o verde que tece a vida. Mergulhei em profundos olhos dormentes, mares onde almas se encontram despidas Mas jamais vi tão tortuosa dor escorrendo de um olhar forte e vivo. A voz que se escondeu fez-me decompor em todos os estragos de um calor invasivo. Não houve neblina que pudesse esconder os meus passos errados, loquaz e tementes. As vozes que se escondem sob o cobertor calaram-se na culpa que prendia-me a mente E não há tempestade que possa justificar, nem cortejo fúnebre dos futuros perdidos. Ao som turvo que entrava aos ouvidos não havia palavras capazes de acalentar. Havia mais pessoas apontando-me o dedo, algumas das quais estavam dentro de mim. Além de rimas pobres, pestana e nanquim, não há mais vieze...