Moletom branco
Por um momento eu quis descrevê-la, da curva do seu sorriso às ondas dos seus cabelos. Eu queria dizê-la como aquele abraço consertou todos os meus pedaços quebrados, por isso que eu quis aproveitar cada segundo que ele durou. Mas ela se foi. Por algum motivo que eu não faço ideia qual seja. Eu passei o dia todo olhando-me no espelho, questionando cada palavra que eu disse ou procurando algum defeito no meu cabelo ou jeito de andar, que possa ter afastado ela de mim. Talvez ela não tenha ideia do quanto as palavras que ela me disse ficaram marcadas em forma de esperança dentro de mim. Talvez ela não saiba o quanto a minha ansiedade atacou por toda a tarde da segunda-feira enquanto eu esperava para vê-la. Eu já voltei e refiz cada passo meu, procurando algum, qualquer mínimo erro que seja para justificar. Talvez ela só tenha voltado a andar pelo caminho que ela costumava seguir, de onde ela ainda deve guardar amor. Mas e quanto a mim? Que cada dia mais se apaixonava pelas doces palavras que ela dizia. Como eu faço para esquecer os seus elogios ao meu sorriso tímido e moletom branco morfado? Eu sei o quanto fui precipitado, o quanto acreditei no errado e me pus a errar. Também sei que a minha sina é esse quarto quente, escuro e pequeno, para perceber o quanto é ingênuo querer acreditar.
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