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Mostrando postagens de novembro, 2016

Moletom branco

Por um momento eu quis descrevê-la, da curva do seu sorriso às ondas dos seus cabelos. Eu queria dizê-la como aquele abraço consertou todos os meus pedaços quebrados, por isso que eu quis aproveitar cada segundo que ele durou. Mas ela se foi. Por algum motivo que eu não faço ideia qual seja. Eu passei o dia todo olhando-me no espelho, questionando cada palavra que eu disse ou procurando algum defeito no meu cabelo ou jeito de andar, que possa ter afastado ela de mim. Talvez ela não tenha ideia do quanto as palavras que ela me disse ficaram marcadas em forma de esperança dentro de mim. Talvez ela não saiba o quanto a minha ansiedade atacou por toda a tarde da segunda-feira enquanto eu esperava para vê-la. Eu já voltei e refiz cada passo meu, procurando algum, qualquer mínimo erro que seja para justificar. Talvez ela só tenha voltado a andar pelo caminho que ela costumava seguir, de onde ela ainda deve guardar amor. Mas...

Alcançamos o chão

Olá, amigo. Por favor, não me pergunte o que eu estava fazendo nestes trinta e sete dias. Eu conheci pessoas novas e me dispus a cometer novos erros. Tem sido comum eu me arrepender pelos mesmos passos que dei, tipo um ciclo vicioso. As músicas não parecem ser mais suficientes para silenciar o que vejo. Eu estou andando em círculos dentro da minha cabeça. Eu disse que tinha conhecido pessoas novas e uma delas é apaixonante. E talvez por até agora tudo se encaixar de uma maneira tão milimetricamente perfeita, surja o medo ou a ânsia de a cada novo minuto houver algum passo fora da curva. Já não é novidade para você estas crises, você sabe muito bem o quanto eu tento controlar. E o quanto eu tento que estas não atinjam ninguém que eu me importe. Será que devemos ir para longe? Colocar mais uma pessoa na nossa lista de afastamento por altruísmo involuntário? Será que devemos ir para um ...

A porta do meu quarto

Você sabe quando você vai para a varanda e sente um vento forte soprando no seu rosto e por um instante, aquilo é a coisa mais prazerosa do mundo? Hoje eu senti esse vento, e ele pareceu se estender até por dentro de mim. Senti a poeira dispersa no ar levar cada peso dos meus erros e arrependimentos que me prendiam no chão. Recordei-me de uma época onde o mais importante era viver e não havia culpa ou ansiedade que me privasse do prazer de acordar e ir dormir esperançoso com um novo dia. Eu sorri para as pessoas que haviam na minha casa, a quem referem-se como família, saí da minha cúpula de solidão e desesperança. Eu abracei o meu irmão caçula e assisti um filme da Marvel com ele, mesmo eu preferindo a DC. Eu coloquei James Blunt no último volume e quando menos esperava, a minha mãe, que há tanto tempo andava preocupada com o meu isolamento, dançava Stay The Night no meio da sala de estar. Eu li uma história em quadrinhos, liguei para os meus amigos e até aceitei sair com o meu irmão...

Alvorada

De fato, a noite é mais escura antes do amanhecer. E a cada nova alvorada, tende-se a esperar cada vez mais a noite chuvosa, ainda que o sol refulja pela manhã. Porém, há dias que lhe preenchem de luz e o faz resplandecer mesmo após o crepúsculo. Assim como há pessoas que nos fazem acreditar em algo que foi tentado incessantemente e falhado na mesma proporção, a eternidade. Sabemos que a noite sempre chega com sua escuridão e silêncio, que talvez conforte mais do que o calor do dia, mas haverão amanheceres que preencherá de esperança mesmo quando não houver mais sol. E ainda que essa luz enfraqueça, apague e te deixe vagando sozinho no escuro, hão de vir outras alvoradas, com outras promessas e outras luzes e uma, apenas uma, terá energia para resplandecer-te por toda uma eternidade, independente do quão escuro esta, por sua vez, se mostrar.