Vagando em contos mal contados
E no seu ponto mais alto no dia, o sol brilhava no céu daquela segunda-feira de agosto. E aos passos longos e rápidos que eram dados, me vinha a cabeça ansiosidade e nervosismo. Ao entrar naquele corredor, já se avistava, em tentativas desesperadoras de mudar a direção do olhar, tornou-se impossível não perceber tal sorriso. Pegando o celular para disfarçar, sem a mínima coragem de encarar, fui me tornando só mais um de centenas de jovens que passara por ali. Já me arrependia do que fazia, já me sentia estúpido, já me sentava junto à amigos que, totalmente despercebidos de tal frustração, cumprimentavam-me e riam, era um dia feliz, ou deveria ser. Ao retornar, ainda conseguia avistá-la, mas pouco a pouco se perdia no mar de gente que, apressada, esperava a chamada para o início da tarde, deveras produtiva. E em meio a multidão, a vejo, olhando para este estúpido que, por timidez, não se encoraja nem se quer para acenar. Uma troca de olhares rápida, mal chega a contar um mísero segundo. Quando desvio o olhar e a perco de vista, desta vez, para não encontrar mais. Superficialmente, só sou um ignorante, que não tem educação para dar um simples oi para aquela menina qualquer, que, visando assim, não mereça tal atenção. Mas, a realidade, sou só alguém que sua timidez idiota o impede de cumprimentar a mesma "menina qualquer" na qual sua mente é consumida cada minuto do dia, na esperança de um dia conseguir dizer que a ama. E foi nessa despedida fria que aquele sol radiante de agosto perdeu o brilho e se pôs discretamente, sem uma linda história de amor pra recordar.
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