Ela é luz

Eu não sou sempre o mais hábil ao meu favor. Por vezes, mal sei o meu caminho. Não sei lidar comigo mesmo no silêncio e outrora isso me levou à extremos. Porém, ela eclipsa os meus conflitos quando afunda-me em seus braços afetuosos. Ela sabe ser luz. Ela sabe iluminar. Talvez, como eu, não com tanta habilidade para os seus próprios passos, mas, é isso que nos torna essenciais um para o outro.
Ela sabe ser luz.
Num momento, vela,
noutro, fogueira.
Ela sabe ser chama viva que não se apaga no vento, que se expressa em euforia e queima, incendeia, grita em exagero um amor que inunda demais para demonstrar-se em detalhes.
Mas também sabe ser fogo miúdo que esquenta de perto, acompanha e ilumina no escuro os passos graduais, cansados e desolados.
Como vela, ela acompanha na quietude e atua junto, com o calor tênue que permeia a pele.
E como fogueira, não se apaga com o vento e ama de mais para se expressar sorrateiramente.
Independentemente,
ela ilumina.
Consequentemente,
ela é luz.

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