Dor, você me fez um sonhador!
Eu não preciso falar todas as palavras que guardo em minha mente para explicar-me por completo. Então, por favor, não diga-me o que eu posso ser, pois eu navego em meu próprio oceano de medos, incertezas e insegurança, e sei mais do que ninguém como alcançar cada litoral. Eu recolhi as minhas lágrimas do chão enxarcado, limpei as minhas feridas inflamadas, curei as minhas dores por planos rasgados ao meio e histórias com fins prematuros. Tive sonhos pisados e reaprendi a sonhar novamente, andando a par com o peso em minhas costas nas noites mais longas. Eles nunca viram as suas moradas lhes dando as costas e calando enquanto clamavam por socorro. Eles nunca souberam como cada amanhecer me moldou nem de onde veio a minha sorte e a minha fé, tampouco a esperança que brotou depois do longo período de seca em meu vale. Pois do fundo do poço, eu só podia enxergar o azul da imensidão celestial. E era a única coisa que me restava a sonhar, chegar não só ao topo do poço, mas sim sentir as nuvens pelos meus braços enquanto toco o céu. Dor, você me fez um sonhador.
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