Espera, por favor! Eu ainda tenho uma vida para escrever.
Eu derrubei algumas lágrimas por você hoje, enquanto ouvia a sua voz. E eu não sei se você percebeu pelo telefone a leve distorção no meu falar ao engolir cada dose de angústia. Eu fingi que estava perdendo a fé em nós dois hoje, enquanto te via me evitar. Mas no final, eu realmente não sabia o quanto valia te esperar cada dia. Houveram pequenas pausas em meu discurso e eu não queria que você percebesse o quanto eu tentava parar meu choro em cada uma delas. Algumas das lágrimas, admito, eram de esperança que traziam à minha mente cada lembrança. No fim, tudo o que eu acreditava se foi.
Eu me machuquei hoje. Não muito diferente dos últimos quarenta e sete dias. Mas dessa vez algo mudou, não doeu. O que escorria pelo meu rosto eram apenas saudades de uma época em que as coisas realmente importavam. Desta vez, não houve nada que acalmasse o meu leve desespero. Houve um tempo que a sua voz me guardava e me fazia acreditar no amor, hoje reduzido a meras ilusões utópicas.
Eu derrubei algumas lágrimas por você hoje. Mas no final, eu me senti limpo. Vazio, porém limpo. Não houve culpa em minha mente nem arrependimento em meu coração. No fundo, eu ainda te espero, mas isso pode ser silenciado com o tempo. Ao desligar o telefone, eu só te desejei a felicidade que eu tinha para te dar, pois ela não serviu em mim. Há esperanças mortas e memórias feridas. Mas não se preocupe, tudo irá ficar em ordem aqui dentro.
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