Talvez amanhã
Escorre a última gota de chuva pela janela
O frio já toma conta de todo o interior
O corpo encolhe dentro do cobertor
Talvez rejeitando a luz do sol matinal
Como se o frio já estivesse tão intenso
Que a preenchera por completo
Acordar não era o que ela parecia querer
Seus olhos já secaram de lágrimas
Foi uma longa e fria madrugada
Talvez ainda haja vestígios de esperança
Porém, agora, isso causa medo
Não parece ser a primeira vez
Seu olhar de desesperança entrega isso
Ela é tão linda e tão apaixonante
É tão triste vê-la se perdendo aos poucos
No meio do álcool e das drogas
E no fundo, bem lá no fundo
Eu queria acolhê-la
Remendar sua esperança
Reconstruir sua auto estima
Conseguir um novo sorriso seu
Mas lembro que sou um espelho trincado
Do que ela tornou-se
E não posso arriscar quebrar-me mais
E quanto a ela, eu cansei de vê-la assim
Mas há mais egoísmo e medo em mim
Que me incapacitam de ir atrás
Ainda não há esperanças
Talvez amanhã
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