Postagens

Mostrando postagens de junho, 2016

Você era você

Desculpa-me. Ainda que repetisse monotonicamente essa frase por outras mil vezes, não faria sentido sem o teu consentimento. Pelo eterno amor que te prometi, perdoar é algo simples quando as desculpas saem da tua boca.  Eu simplesmente errei. Como toda pessoa que respira neste mundo um dia já errou. Mas você não teve capacidade de me perdoar. Eu tentei ininterruptamente trazer-lhe a paz, tanto quanto tentei acreditar que um dia ainda veríamos a nossa primavera. Mas as chuvas não passam e a água ainda alaga as avenidas por onde andamos.  Não errei sozinho, sempre terei ciência disso. Mas soube perdoar, soube ser pisado e calar por amor, ou apenas por estupidez, mas calei e perdoei. Porque amor é mais ou menos isso. É saber que o outro ainda vai errar outras mil vezes e você ainda terá o prazer de perdoá-lo outras mil e nunca desistir dele. Mas eu perdoei sozinho. E de tanto errar, é certo que uma...

Trezentos e sessenta e seis dias

Um ano. Passamos pelas quatro estações. E como eu te prometi, você ainda é a minha primavera, ou melhor, a nossa primavera. A primavera que me trás o brilho do sol nos teus olhos e o aroma das rosas em tua pele. A delicadeza das flores em teu sorriso e doce som dos pássaros ao amanhecer no teu "bom dia". Eu prometo, com a ajuda de Deus, lembrar que você é a minha primavera. Mesmo quando o verão nos trouxer o calor da paixão e a euforia da nossa impaciência indesejada, quando o outono trouxer o tédio e a vaga monotonia ou quando o inverno trouxer a tristeza em nosso olhar e a frieza em nossos corações, eu prometo, com a ajuda de Deus, lembrar que você é a minha primavera. Pois após cada trimestre passado e cada estação vivida, a primavera chega, e em teus braços outra vez eu descubro o que é ser amado. Pois após cada queda e cada falha, a primavera sempre vem, independente do qua...

O amor em fórmulas aritméticas

Certamente não é tão comum eu me render aos praxes de toda prosa de amor, ao falar que será eterno enquanto durar como nos versos de Vinícius de Moraes, ou dizer que por toda a minha vida eu irei te amar, como Tom Jobim. E não é São Valentim que vai mudar isso. Eu estava tentando escrever algo que ao menos demonstre em tamanha gratidão o meu amor por você. Mas previsivelmente, todas as formas ficaram bem clichês ou obsoletas. Então decidi usar a matemática. Não como John Green, de forma subjetiva e esporádica em A Culpa é das Estrelas, acho que é mais técnico que isso. Não é muito absurdo pensar no amor como uma Progressão Aritmética — talvez seja meio idiota, mas não absurdo. Assim como uma progressão, o amor sempre tem um começo, não significa que tem que ser exatamente no início mas sim quando ele decidir se expressar, porém, nã...