"Eu preciso de você!"

Certa vez sentamos no alto da praça, onde qualquer pessoa que por alí passara, facilmente notaria os teus olhos a me guiar. Tão calma e gradual, a penumbra nos guardava. É certo que o único defeito era a finitude daquelas horas, a única coisa que me preocupava era o momento que o nosso momento acabaria. Não precisou de muitas palavras apenas quatro conjuntos de letras levaram aqueles minutos à perfeição que já se estabelecia. A minha felicidade era mais forte que o vento que bagunçava os seus longos fios de cabelo. Contamos algumas estrelas que nossos olhos conseguiam focar e relembramos as nossas primeiras lembranças juntos. O que dava para sentir em cada molécula de oxigênio que nos entrava era algo muito nobre para ser escrito em versos rebuscados e muito puro para ser finito. Ainda que eu lembre de cada detalhe daquela noite e perceba que esse amor ainda respira e vive dentro de nós, dói ver a tamanha divergência nas nossas palavras e a angústia que encharca o meu coração ao ouvir teu nome. Nas horas mais silenciosas da madrugada eu me perco a imaginar o que ainda mudará se eu te ligar e disser as mesmas quatro palavras que nos envolveram naquela noite: "eu preciso de você!".

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