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Mostrando postagens de janeiro, 2015

De baixo dos meus versos

Eu senti as ondas quebrando na praia e era tudo que eu podia ouvir. Permaneci em silêncio só para poder sentir você comigo. Eu consumi cada remorso, construí a dor por não te tocar. Estive lá bem ao seu lado e por mais longe que podia estar, eu sempre me mantive no erro mas nunca perdi os seus passos. Mas depois de estar do lado errado, do lado que escuta sem se expressar, eu renuncio ao meu passado e deixo o vento te levar. Desta vez eu erro calado, de baixo dos meus versos, esperando um dia me convencer da permanência desta nova divisão.

Outros olhos

Por todo esse tempo a dor era a única coisa que caminhava ao meu lado. E é tão difícil acreditar que isso pode mudar que o medo de piorar vai me restringindo. Eu sempre fui comprometido aos meus pensamentos e estes tão limitantes, me faz reter tudo o que sinto. Eu não estou disposto à tentar e perder, eu sei como é depender do destino, já tive meus ombros pressionados por este peso. E mesmo que desta vez seja outros caminhos, outros olhos, outros sorrisos, eu apenas tenho medo de sentir aquilo novamente.

Palavras de um sonhador fracassado

E quando você aparecia, o mundo fazia tanto sentido, cada coisa parecia se encaixar. Viver era tão mais atraente, o céu tinha cores mais vibrantes, os meus passos pareciam ter direção. Mas assim como você apareceu do nada, naquela tarde de terça-feira, com uma camisa branca, apressada e à procura de algo. Você também sumiu do nada, naquela tarde de sexta-feira, vestida de preto, se perdendo no meio do que eu não poderia mais alcançar. O escuro pareceu mais viável. Eu sinto muito se ainda não segui em frente, só que não consigo aceitar a imagem que você tem de mim em mente, não era isso que eu queria, definitivamente. Você é uma garota diferente, é fato, e eu não sabia nada sobre isso. Você me deixou desesperado, escrevendo o que não aguento guardar às cinco horas da manhã, eu não consigo fechar os olhos e dormir com essa culpa. Tive que descarrilar os me...

Entre meu orgulho e minha promessa

Pareci tão estúpido, sempre limitando meus passos, sempre com medo do fracasso, quando me distanciava do real. Eu fracassei em tudo, eu confiei nas pessoas erradas, eu deixei que minha necessidade por ajuda ultrapassasse minha desconfiança. Eu desviei o olhar, parei no tempo e todos olhavam sem muito entender. Eu não conseguia ignorá-los, pareciam tão crentes que o fracasso era tudo que restava para mim. Não consegui contrapô-los, acabei esperando e no final não sobrou nada real para sentir.

Me acorde quando janeiro acabar

Sempre me vi tão preparado, sempre prestes a enfrentar. Eu esbarrei nos meus sentimentos incompletos e confusos e eram demais para conciliar. Sou o fracassado do hoje, faço o que não quero fazer. A cada passo me arrependo do passado e das ações que me levaram a temer o futuro. Mas no final, nunca estive preparado, sempre fui destinado a errar. E me afastando do meu epílogo, me vejo farto de tentar. Eu estou farto dos meus erros e dos meus arrependimentos. Eu estou farto da tensão. Então só me desperte para a vida quando souber enfrentar a mim mesmo. Só me acorde quando janeiro acabar.

O esmaecer dos versos

Naquela tarde de sexta feira uma voz sucumbiu em frente a multidão, cansada de errar o caminho do amor. Naquela tarde de sexta feira um grito de socorro se perdeu no silêncio, os olhos atentos se alagaram de dor.

Minutos para meia noite

Naquele dia estava tão frio, eu traçava uma linha entre o real e o possível. Eu criei em minha mente as piores hipóteses, eu marquei em minhas mãos o que estava a acontecer. Nos muros altos que escondiam a sombria luz do dia, só se via as marcas de quem já não estava ali. Parecia tão real a medida que piorava, que já via aquele filme quando o tempo corria. O vento trouxe os sons que me cativaram, que ainda se escutavam ao entardecer. Eu pisava no chão, esquecendo do passado, preferia encará-lo como uma grande mentira. Mas assim que acabou, que a música parou, que em meio a despedidas eu estava à mercê de uma imagem anterior que eu implorava para esquecer. Foi tão irreal, todos ali pareciam estáticos, pareciam cegos e despreoucupados, nem a pior suposição foi capaz de descrever. E tudo passou, uma imagem lembrada, um ano despedaçado, um amigo odiado, uma luz apagada, uma voz desconhecida, ...